22 julho 2016

Antonio Inverno/Pintura. Evocação da obra e do artista.



Por gentileza do seu grande amigo e coleccionador Dr. Anibal Bento, psicoarte reproduz duas obras de António Inverno, do seu acervo particular.
Para além de Mestre de Serigrafia, António Inverno foi um pintor com uma paleta de cores vibrantes e luminosas, dos azuis, ocres aos vermelhos, que se reflectiram nas séries de tauromaquia, na utilização simbólica na geometria do quadrado, do círculo, do prumo e do nível. De certo modo interpretou e retratou o seu Alentejo, nas suas múltiplas contradições terrenas e celestiais, apropriando-se de uma linguagem esotérica, espiritual, entre o sagrado e o profano. Conviver com António Inverno foi um privilégio e um exercício constante do contraditório, do questionar, do confrontar ideias na frontalidade que lhe era característica. Com António Inverno, ou se amava ou detestava!
Até sempre querido amigo António Inverno.
Júlio Pêgo

21 julho 2016

Antonio Inverno (1944-2016)

António Inverno foi um Pintor e um Mestre de Serigrafia. Nasceu em Monsaraz e faleceu hoje em Lisboa. Serígrafo de renome, trabalhou para Pomar, Paula Rego, Vieira da Silva,Maluda, entre muitos outros artistas. O seu Atelier, na Rua da Emenda, em Lisboa, foi um local de culto entre os artistas, tendo ajudado e incentivado vários pintores de Portugal até Moçambique. Foi amigo próximo do 2º Presidente da República da Guiné-Bissau, Luis Cabral. Na Homenagem Informal a António Inverno, em Aljezur, em 2008,Luís Cabral prestou-lhe homenagem, entre as várias centenas de admiradores e amigos que aí reuniu, com organização da Câmara Municipal de Aljezur e com o alto Patrocínio do Presidente da República. Mário Soares atribuiu-lhe a condecoração da Ordem D.Henrique, no seu mandato, pelos altos serviços culturais prestados a Portugal.
No Zero Figura, exposição em sua honra em 2008, em Aljezur, figuram mais de um centena de quadros, em sua homenagem, bem como diversos textos. Júlio Pêgo participou com um quadro :"e venham mais cinco" com técnica de acrílico s/Tela e com um texto ...." António Inverno luta contra o masoquismo mental dos moralistas, assume os contrastes do prazer e do vício, na percepção, fraternidade e ajuda aos mais necessitados, num jogo lúdico terapêutico anti-soldão"... "Em António Inverno não se encontra uma felicidade tranquila, o conformismo e o politicamento correcto. Há nele sempre uma acção de desafio, de busca e irreverência, do amar ou detestar"
Piscoarte deixa aqui expresso o mais profundo pesar pela sua morte física de António Inverno, na certeza que a sua obra vai perdurar na memória de um povo do qual  emanou.