25 abril 2008

25 Abril

25 Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
(Sophia Mello Breyner Andresen)
Com o 25 de Abril de 1974 abriram-se as portas da liberdade, da expressão do livre pensamento e da criatividade em Portugal. Rompeu-se o conformismo, o conservadorismo e o lápis azul. Pudemos sonhar a utopia, a fraternidade e igualdade. O país fez as pazes com a história, olhou a Europa, desenvolveu-se. Pena foi não renascer para um novo mundo, menos individualista, hiperconsumista e hedonista. E neste marasmo da fase três do capitalismo (seg. G.Lipovetsky) a era gloriosa da cultura cedeu o lugar ao império do espectáculo, do amorfismo, do- deixa -andar. Nesta falta de reflexão, a criatividade, a originalidade e a arte mergulham na escuridão da falsa felicidade materialista. Cabe a todos nós, derpertar desta letargia , inventar novos desafios e reassumir a necessidade da transcendência, na busca dum outro novo 25 de Abril.
Julio Pêgo